CÉREBROOOOOO!!! Um pouco sobre a história dos zumbis
Buenas caros internautas! O texto de hoje irá falar um pouco
sobre o passado dos zumbis, não só na cultura em geral, como na história real.
Calma, eles não existem, pelo menos é o que as autoridades dizem, mas estão
no imaginário popular há séculos!
Várias culturas possuem lendas sobre mortos-vivos retornando de suas sepulturas ao nosso mundo. Antes chamados de "revenants",
do latin "reveniens", que podemos chamar de "retornados". Estas almas do abismo voltam ao mundo dos vivos de várias maneiras,
normalmente buscando vingança e lembrando de seu passado, diferente dos
clássicos zumbis. Presentes na cultura europeia geral, possuímos bons exemplos
nos Balcãs, se aproximando muito aos vampiros e na Escandinávia, com os
Draugar, estes já um pouco mais próximos do mito atual. Os Draugar eram mais
poderosos, super fortes, podendo aumentar de tamanho após a
morte de seu corpo terrestre, eles também "infectavam" as pessoas
mortas por suas mãos, aumentando seu exército quando possível. Sedentos por
carne, eles atormentaram o sono das criancinhas vikings por séculos, muitas de
suas características foram utilizadas pelos "White Walkers" de George R. R. Martin na saga A Song of Ice and Fire.
Depois dos Retornados e suas dezenas de histórias similares
em quase todos os continentes, como os Nuppepos japoneses, Vetalas hindus,
Jiang Shis chineses, vamos dar um fast foward para a cultura caribenha, que nos
deu a imagem dos zumbis modernos. Em uma ilha inóspita do meio do Mar do Caribe
chamada Haiti, os americanos e europeus tinham contato com algo jamais visto
antes, pessoas dadas como mortas e enterradas voltando a vida, somente com capacidades
básicas e sem muita sentiência, despertando um interesse incrível, a ser
retratado em toda cultura popular da época. Esta prática era real, bruxos haitianos
usavam ervas locais para drogar pessoas afim de as transformar em seus
escravos, estas drogas induziam um estado de quase morte, que na época era mais
que o necessário para começar a cavar sepulturas. Após enterradas, no calar da
noite esses pseudo cadáveres eram retiradas pelos bruxos e voltavam a vida logo após que
estas ervas tinham seu efeito cortado por outras poções. Essa pessoa retornada
jamais voltaria a ser a mesma, tendo pouca ou nenhuma memória de sua vida passada,
servindo para sempre seu mestre em atividades básicas, um escravo sem vontade
ou pensamento, o sonho molhado de nossas empresas (HAHA). A prática era
considerada tão comum que existem leis haitianas do século 19 que proíbem o ato
de "Tentativa de assassinato, sem causar a morte, utilizando coma
letárgico prolongado."
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Zumbis do seriado "The Walking Dead" são um exemplo de zumbis baseados na cultura haitiana e popularizados pelo cinema americano. |
Retratados por mestres do terror como Poe e Lovecraft, a
imagem dos zumbis foi amadurecendo com o passar dos anos, saindo da literatura,
invadindo os quadrinhos e o cinema, servindo de inspiração para o mestre dos
zumbis modernos, George Romero. Este acredito que todos conheçam, Night of the
living dead, Dawn of the dead, Day of the dead, são clássicos do terror, que se
você não viu sugiro que veja já! Com mortos vivos sedentos, Romero estabeleceu
as "regras" do mito moderno, seres de pouco pensamento, consumidos
por uma fome insaciável, que conseguem se multiplicar através de infecção, porém
poucas pessoas sabem que a real intenção destes filmes era uma crítica social,
uma analogia ao consumismo de massa, conflito entre classes e a batalha eterna
entre ciência/militarismo. Não à toa os zumbis buscavam cérebros e mais cérebros,
delicatessen rara até os dias de hoje.
Desde então a cultura pop está cheia de sangue e tripas por
todo lado, possuímos zumbis de todo tipo, desde os fortes e rápidos (28 Days
Later) aos letárgicos e fracos (The Walking Dead), os de motivação biológica
(Resident Evil) aos místicos (REC, Evil Dead), zumbis que dançam (thriller), zumbis nazistas (Dead Snow) e até
zumbis que amam (Warm Bodies). Nosso interesse pela vida após a morte existe desde
o momento em que nascemos, não é de se assustar que este seja um assunto recorrente de nossa cultura. Seja buscando um paraíso perfeito ou
transformando a terra no próprio inferno, a vida após a morte sempre existirá,
com os zumbis sempre fazendo parte dela.
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